“Guimarães Rosa foi quem, melhor do que ninguém,
soube transcriar a riqueza cultural desses povos, ao afirmar que os gerais são
‘uma caixa d'água' e, com isso, mais do que os cientistas, iluminou a leitura
de nossa geografia aos nos fazer ver que os nossos rios nascem nos cerrados – o
São Francisco, o Jaguaribe, o Parnaíba, o Tocantins, o Araguaia, o Xingu, o
Madeira, os formadores do Paraguai (o Pantanal), o Paranaíba, o Grande, o Rio
Doce”.
O trecho acima é de Carlos
Walter Porto-Gonçalves, da Universidade Federal Fluminense, em sua Carta aberta à invisibilidade do
Cerrado na política ambiental (LINK ao lado).
Na carta Carlos Walter nos atenta ao descaso das políticas ambientais em nosso país, incluindo à invisibilidade do Cerrado.
Eu mesmo, antes de chegar em Goiás, não sabia de cerrado... Tinha uma vaga idéia de vegetação rasteira, com baixa diversidade. E cheguei aqui sem saber diferenciar uma árvore comum de um pé de manga...
Acho que por isso me veio o "Paisagens Corporais"...
Aqui, nesse Cerrado azul e laranja, aprendi a ver. A ver e a sentir o meu redor. Minha pele sente o seco e o molhado, meus olhos acompanham os ciclos dos "pé-de-tudo-quanto-é-coisa", minh'alma se encharca nessas águas... E os Ipês choram flores...
Aprendi a apreciar as aleluias, e sentir a presença divina em sua busca pela ascensão...
Me comovo com o grito da cigarra que prenuncia, com seu último fôlego, que as águas estão chegando.
E estou buscando me inspirar nas pessoas daqui ou, como diz Olavo, estou aprendendo a ser gente. Aprendendo o sentido da generosidade.
Me comovo com o grito da cigarra que prenuncia, com seu último fôlego, que as águas estão chegando.
E estou buscando me inspirar nas pessoas daqui ou, como diz Olavo, estou aprendendo a ser gente. Aprendendo o sentido da generosidade.
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