Começamos - Erica e Rodrigo
- a execução do projeto 'Paisagens Corporais' antes mesmo de escrevê-lo. Já vínhamos
colhendo algumas sementes que se davam por aí, observando as folhas secas do
nosso quintal e as juntando em composteiros, reparando as cores dos crepúsculos
e dessas coisas do Cerrado. Também dando melhor atenção às pessoas que
escreveram e escrevem dessas coisas cores simples secas – e úmidas – do quintal
do mundo. Cora Coralina é uma delas.Sua poesia já nos tocava.
Logo em fevereiro de 2012 estávamos na cidade de Goiás, em companhia
de pessoas de lá, vivendo alguns trajetos e sensações nessa cidade, percebendo
alguns trejeitos nessas ruas por onde passava essa poeta, essa quem 'nos
apresentou' um fio condutor para delinearmos nossas investigações. Esse fio
condutor nos sugeriu – e continua sugerindo – um contato mais próximo com a
terra. Contatos diversos, desde botar as mãos nas terras plantando das sementes
que colhemos até botar os pés nos chãos de terreiros outros mais afastados de
nossa casa. Terreiros da cultura popular. Um prefácio para a rica pesquisa de
campo que viveríamos logo.
A manifestação escolhida para a pesquisa de campo, "A Caçada da Rainha", em Colinas do Sul, GO, acontecia sempre na segunda quinzena do mês de julho. A Sussa, em Cavalcante, tinha datas variáveis, de acordo com os acontecimentos locais. Então optamos por ir a campo na data certa da Caçada da Rainha, e depois ir a Cavalcante pesquisar sobre a Sussa ou o que estivesse acontecendo na época com a comunidade Kalunga do Engenho 2.
Então, no primeiro semestre de 2012, a pesquisa ficou mais concentrada em levantar dados geográficos e culturais da região do cerrado, pesquisa da poesia de Cora Coralina para nos aguçar o olhar para este universo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário