Para dar continuidade aos processos de
laboratórios corporais, iniciamos, sob a orientação de Maria Fernanda Miranda,
a construção do inventário pessoal (Parte integrante da Metodologia de Criação
Proposto por Graziela Rodrigues denominada de
Bailarino-pesquisador-intérprete) e de laboratórios de "dojo".Segundo Rodrigues, o "dojo*" pode trazer momentos preciosos em que a cultura se manifesta no
corpo do intérprete sob tal processo de busca pessoal. Nesta etapa são desenvolvidos alguns exercícios para a busca
de "marcas", impressões corporais sobre a história cultural e social de cada um. Podemos encontrar estados corporais únicos, sem que se tenha a intenção
racional de atingi-los.
...
Se conseguirmos trazer para a interpretação cênica esses conteúdos intrínsecos da história cultural pessoal de cada intérprete , poderemos chegar a uma expressividade mais coerente com a proposta da pesquisa cênica Paisagens Corporais. Assumir a história pessoal cultural como parte essencial do corpo cênico pode ampliar a receptividade dos intérpretes criadores na observação do "outro", na consciência da alteridade manifesta.
* Dojo. Ferramenta de laboratório corporal proposto por Rodrigues em seu método BPI. Espaço em forma de circulo delimitado pelo próprio bailarino
para a emanação das memórias de seu corpo. Para Rodrigues, o Dojo é uma ferramenta base para o
reconhecimento do que foi registrado com a pesquisa de campo, assim como a
descoberta de matrizes corporais que podem ser exploradas para a construção de
uma cena ou mesmo de um fio que permeia toda a obra cênica. É nesse espaço que
podem surgir "personagens", que tanto podem ser uma pessoa que nos
marcou durante a pesquisa, ou um emaranhado de características e imagens que
acabam por moldar essa personagem.
“... modela em seu corpo os corpos frutos de suas imagens, com tonacidades musculares específicas. Posturas e impulsos tornam-se formas em movimentos com significados” (Rodrigues 2003) [1]
“... modela em seu corpo os corpos frutos de suas imagens, com tonacidades musculares específicas. Posturas e impulsos tornam-se formas em movimentos com significados” (Rodrigues 2003) [1]
[1]Rodrigues.
G.E.F. (2003) O Método Bailarino-pesquisador-intérprete e o desenvolvimento da
imagem corporal: reflexões que consideram o discurso de bailarinas que
vivenciaram um processo criativo baseado neste método. Tese de Doutorado –
Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
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