sábado, 7 de julho de 2012

O PROJETO PAISAGENS CORPORAIS



Os bandeirantes iniciaram a aventura rumo ao centro-oeste brasileiro somente 90 anos depois do descobrimento. Relatos dessas viagens nos revelam o quão difícil foi romper esses desconhecidos e virgens sertões. A descoberta do rio Araguaia, por exemplo, só ocorreu por volta de 1618, depois de 28 anos de tentativas frustradas.

   A aventura dessa outra  pessoa paulista, a artista-bandeirante contemporânea Erica Bearlz, rumo ao interior goiano, ocorre somente  sete anos depois dela adentrar o centro-oeste e se instalar em Goiânia. Durante uma apresentação Grupo Sertão,  às margens do mesmo Rio Araguaia encontrado pelos bandeirantes, resolve propor ao grupo uma parceria.    

Há tempos inspirada pela exuberância natural da região do Cerrado  e com uma vontade latente de usurpar da riqueza de sua cultura  popular, Erica, tocada e entusiasmada com a qualidade da música do grupo, que tem suas raízes na cultura tradicional e popular,  propõe ao músico a concepção de um espetáculo onde se uniriam as expressões corporal e musical, dentro de uma estética contemporânea, inspirado nas paisagens e em algumas das manifestações culturais do Cerrado Brasileiro, visando compartilhar dessa experiência com o Brasil e com o mundo.

 Aludindo aos desbravamentos, a história dessa bailarina/coreógrafa dentro do cenário profissional e artístico goiano tem sido escrita de forma bem cerrada, ou seja, pertinazmente. Com olhar e tato sutis e poéticos, vem rendendo-se e rebentando, tal como  os Ipês desabotoam suas flores a cada agonia anual apresentada nos tempos de estiagem tão acentuados nesse sertão cerratense.




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