domingo, 24 de fevereiro de 2013

Laboratório corporal, 22 de fevereiro

algumas imagens do laboratório do dia 22/02:
















DOJO EM DOIS

Em sua próprias matrizes, percebe-se que as duas personagens têm nas mãos a parte do corpo onde manifestam seus fazeres. 

Possuem um estado de solitude. Tramam juntos uma paisagem. 


por Maia Fernanda

Rodrigo: segundo dojo

Utilizamos para preparação do corpo de trabalho a argila também. 

Fizemos todo o trabalho corporal ao ar livre. 

As mãos aparecem no Rodrigo pela ação do fazer do trabalho intenso ligado a terra. 

Reconhecimento das paisagens no inventário pessoal. Investigação dessa sensação/ imagem/ sentimento dos aspectos relacionado a paisagem, estado de solitude em meio a essa paisagem vivida na infância,relação afetiva com o ceifar, amolar, cavar, podar, cultivar... Em um momento de moldar a argila, o dojo é realizado espontaneamente. 

No desenrolar das ações percebe-se o encontro com esse estado de solitude e esse corpo misturado com o ambiente. 

A postura das cócoras no banco propicia o reconhecimento de algumas matrizes relacionado a essa figura do Mateiro, assim como a descoberta de características de sua personalidade. Tais como: passa despercebido pelos lugares no entanto sua capacidade de observar o meio também abrange as pessoas. 

É um homem de poucas palavras, mas carrega muita vigência em seu corpo. Convive com uma dor física provinda talvez de seu trabalho. 


Descobrimos que essa personagem no inicio do espetáculo está em meio ao cortejo dos músicos e entre o publico, mas ninguém percebe sua presença (ao talvez, poucas que estão nessa festa). Ele se coloca em cena sem que o publico perceba. É uma personagem silenciosa, mas muito expressiva. suas matrizes de movimento a partir das mãos são as ações diversas de trabalho ligada a terra, ora em pé, ora nas cócoras; um estado de contemplação do ambiente/paisagem, onde ele se confunde com ela. 

Descobre também que ele é um mediador entre a rosa e o adubo que fertiliza a terra onde estão suas raízes  Ele é o agente responsável pelo movimento cíclico da rosa/ trama/ mulher touro/ mulher/ rosa/ trama....

por Maria Fernanda

Erica: segundo dojo

 Preparação e ativação das mãos a partir da manipulação da argila. 

Busca-se ativar também os pés e a bacia continuando o trabalho de enraizamento e desenho do infinito.

Com as mãos ativadas e "Cheias" iniciamos o segundo dojo. Agora o espaço é delimitado pelos crochês de Pierina. 

Encontra-se três matrizes de movimentação que levaram ao inicio da estruturação da personagem. 
  • o movimento do trançar dilatado, onde o corpo todo participa; 
  • o movimento miúdo das mãos trançando com uma linha de espessura fina;
  • o movimento do desfazer o trançado; 
  • o movimento do enrolar/agrupar para o centro;
Percebe-se que a cena primeira seria composta pelo movimento do trançado, nos dando a impressão de um trabalho manual grandioso e trabalhoso. No palco, circundando-o estaria a rosa feita em crochê, onde ao final seria enrolada de forma centrípeta, formando a rosa. 

Percebe-se que a personagem é uma figura solitária e que possui algumas das matrizes da mulher toura, e essa algumas da mulher que tece. Essa mulher tece o fio da vida, do ciclo vida-morte-vida. 

por Maria Fernanda Miranda

Rodrigo: primeiro dojo

Preparação do corpo que realiza trabalho ligado a terra. 

Experimentação do ceifar, amolar facão, cavar... 

Buscando perceber as costas e as imagem que essas açães provocam. 

Ativação dos pés realizando movimento de pisar sobre uma bacia com pedras do tipo das que encontramos próximo a rios.

Organização do espaço utilizando as pedras. 

Durante a realização do dojo percebe-se que as mãos aparecem também fortemente no Rodrigo pela ação do fazer do trabalho intenso ligado a terra. 

Estado de solitude é afirmado junto a figura desse mateiro.

por Maria Fernanda Miranda

DOJO - primeiro dojo com Erica


Para a preparação desse dojo, trouxemos o trabalho com o movimento da bacia, onde o sacro desenha o simbolo da infinito. 
Isso porque tanto a mulher touro tem em sua matriz como o sagrado no feminino é ativado nessa parte do corpo. 

Delimitação do espaço por fitas de cetim. Sequencia de imagens/sensações/sentimentos/movimentos... Um enorme caracol de crochês circundando o espaço se misturava com a bandeira do divino e a folia. A mulher touro aparece com sua matriz. Em um determinado momento Érica descobre o movimento do enrrolar as fitas girando com os pés. Movimento circular centrípeto, trazendo todas as fitas para o centro desses dois pés.  

Durante nossa conversa final, Erica pega uma das fitas de cetim e começa a realizar um trançado que aprendeu com a Tia Pieirina. Depois que trançou fizemos o mesmo movimento de enrolar e logo aquele " caracol" formou uma rosa. O trançado e o movimento circular trouxe:
  • o Reconhecimento da relação dessa rosa com o crochê de Pieirina (inventário presente na pesquisa de campo)
  • da ação do fazer desse trançado com o ação de rezar o terço, (matrizes possíveis de movimento)
  • das mãos como a parte do corpo motivadora do movimento.  (exploração e ativação dessa parte do corpo)
Parte-se então para a investigação desse fazer manual e do movimento de trançar a partir de um trabalho intenso das mãos utilizando argila. 

por Maria Fernanda Miranda

SOBRE PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo em ERICA:

Durante a pesquisa de campo, interesse pelo cuidado com que as mulheres preparavam todos os momentos para a Manifestação da Caçada. Interesse pelo fato da palavra Rosário estar relacionado com as pétalas de rosa (flor) que as mulheres utilizavam para  contar/cantar as rezas do terço. Interesse esse que gerou a presença no trabalho de um momento relacionado ao sagrado, tendo na figura feminina o agente responsável por essa construção. Assim fomos buscar no trabalho com o dojo onde esse sagrado estaria no corpo de Érica.

A pesquisa de campo em RODRIGO:

Identificação com uma trama desenhada por raízes de uma árvore. Vontade de ser/ estar misturado a esse meio, a essas raizes, a esse estado. A imagem do adubo aparece relacionado com a vivacidade dessa trama desenhada por essas raizes. Afetividade com relação aos catireiros na festa. Investigação desse estado/vontade de se misturar com a solitude.


por Maria Fernanda, orientadora de Dojo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Crochês da Pierina

mostras de crochê de Pierina
Sempre gostava de escutar a história de Pierina, de como ela aprendeu a fazer crochê.
Ela era cega de um olho e por isso diziam que ela não poderia aprender. 
E então, ela pegou um palito de fósforo e começou a fazer... e não parou mais.

BORDADOS

Meu dojo em crochê

O crochê costura as cenas, tece as ações e borda a pesquisa.
Borda o palco em flor.
Insinua o movimento.
Oferece a trama e a trança.
Em trança.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Dojo II

é difícil segurar tudo. é muita coisa.
elas querem sair. eu preciso segurar. seguro com dificuldade.
o tempo passando rápido, rodando. 
cada coisa vai para o seu lugar. cada emoção se prcipita em cor.
passar por elas é como se elas sempre estivessem ali, calmas.
o movimento da agulha embala a cadeira de balanço.
cheiro de café. a família reunida para fazer bala de côco. estica e puxa.
desfazer.  fazer.  desfazer e fazer de novo.
Pierina sentada numa cadeira no quintal com bacia e água morna. 
lâmina para depilar as pernas.
as fitas enfeitam a casa para receber o santo.
a reza pede bênção e saúde para a família.
minha avó conta histórias de anjos que teciam seus mantos. 
Pierina me ensina a fazer crochê. a cada dia um pouco mais.
as lembranças se abraçam em flor deixando rastros coloridos.
guardo a memória comigo.
guardo as memórias em mim.
uma estrela colorida.



Rosa

Olha só o que eu fiz:


A Rosa Caracol

Depois do trabalho com o dojo, uma revelação: o CROCHÊ

todas as minhas memórias circulavam em torno de uma tia-avó, Pierina, cega de um olho, que me ensinou a fazer crochê.

carrego esses crochês comigo desde sempre.
são a minha rosa,
que enrola tudo num abraço de caracol.

carrego também as agulhas...
o gestual dos pontos,
fazer as corretes e desmanchá-las depois,
para ver os nós derretendo,
adentrando um no noutro,
virando tudo uma linha só.

tudo virou crochê!!!

DOJO dirigido I

13 de fevereiro: 
Trabalho de dojo orientado por Maria Fernanda Miranda.

Seguindo os laboratórios com o dojo*.
Em busca de minha rosa...

No dojo, para marcar meu lugar utilizei mutas fitas coloridas. Elas  me remeteram às bandeiras do Divino nas folias de Colinas do Sul que fomos visitar. Imaginei estar inserida num imenso caracol formado por essas fitas... e assim seguiu o dojo...



chão duro, com pedras.
cimento queimado quebrado pelas raízes das árvores.
árvores grandes que não dão mais sombra.
restam suas raízes quebrando a calçada quente.
paralelepípedos e cacos de vidro.

formigueiros, caça aos formigueiros.
descasco as paredes de cal azul, já amolecidas pela umidade.
jogo água no jardim, lama.
procuro tatu bola.
brincadeira com minha mãe de pegar saquinhos coloridos ou pedras.
tem que ser pedra redonda.
procurando essas pedras.

outro lugar.
memórias de Colinas,
mulheres levando garrafas de licor na cabeça.
mistura de imagens e sons.
a caixa toca nos pés.
os pés levantam a poeira na terra seca 
e anunciam a chegada do sagrado.
deixo me levar pela emoção. Cavalos.

cuido do meu espaço, 
preparo para receber o sagrado.

Presente pro Divino.

mandala feita por Erica Bearlz ao final do laboratório


* dojo: procedimento de laboratório de criação do método Bailarino- Pesquisador-Intérprete (BPI), criado pela Profa. Dra. Graziela RodriguesO dojo do BPI é o espaço de exploração da memória corporal. Para saber mais clique AQUI .



ROSÁRIO


Nos laboratórios corporais dirigidos por Renata Lima, chegamos a um roteiro-base, no qual definimos alguns momentos a serem trabalhados neste processo criativo de Paisagens Corporais.

Uma das partes deste roteiro, seria o momento do SAGRADO.
Estaria vinculada à figura feminina, um momento intimista e detalhista. A figura feminina representaria a preparação para a festa, a devoção e a fé. O espaço do sagrado. O oratório, o santo e o devoto, em uma só experiência.

Há tempos conversamos sobre este momento: a imagem de uma rosa paira neste lugar. desde uma Oficina na UFG  sobre Congadas, com a Irmandade do Rosário de Justinópolis, Minas Gerais. Na oficina, um devoto explicou a origem do nome rosário: antigamente, as mulheres tiravam uma pétala da rosa para cada oração feita. Eram as rosas da oração, o rosário.

Essa imagem ficou marcada para mim. Tentamos trazer essa imagem para o momento do sagrado. 

Para isso contamos com a orientação de Maria Fernanda Miranda, para descobrir onde  esta rosa estaria guardada em mim.... 

vasculhando o inventário... 


domingo, 10 de fevereiro de 2013

DEDILHAR DAS FITAS

Bia nos presenteou com uma pequena amostra de seus registros.

O carrossel das fitas na praça...

veja o vídeo no link abaixo:
Fitas da Colina


sábado, 9 de fevereiro de 2013

DESENHANDO A PAISAGEM COM OS PÉS


Desenhando a Paisagem com os pés


Quando Érica me convidou para essa parceria dentro de PAISAGENS, os pés foi o primeiro trabalho corporal escolhido para auxiliar na elaboração e desenvolvimento do inventário no corpo, bem como do processo de criação vigente. Considerado raízes desse corpo mastro, pronto para a dança, os pés possuem uma intima relação com a terra a partir de seus múltiplos apoios gerando um alinhamento de toda a estrutura óssea e muscular obedecendo os seus desenhos espiralados. Apoios esses, que no trabalho de sugar, amassar, mastigar, devolver e revolver, espalhar, dão inicio ao processo de descortinamento de toda uma paisagem que circunscreve nossa memória, gerando movimentos genuinos. E foram esses múltiplos apoios que trabalhamos em nosso primeiro encontro.

Para esse trabalho inspirado no Método Bailarino-Pesquisador-Intérprete (BPI) desenvolvido pela Artista e pesquisadora Graziela Rodrigues (http://www.iar.unicamp.br/~graziela/), são considerados apoios as partes dos pés que atuam no movimento, estabelecendo diferentes tipos de contato com o solo, imprimindo determinada força em flexão, extensão e rotação de diferentes graus. Essa linguagem dos pés gerada pelos seus apoios envolvem principalmente as articulações tíbio-társica e coxo-femurais.

Assim, trabalhamos os seguintes apoios:


metatarso, dedos, calcâneo, dorso do pé, bordas lateral e medial. 

As diferentes combinações de apoios e os esforços empregados geraram dinâmicas distintas de movimentação. Aqui, consideramos três tipos de esforços empregados na relação com o chão: 

Minimo, onde o contato é realizado de superfície, onde realizamos uma passagem pelos apoios dos pés.Muitas vezes em um deslocamento mais acelerado; 

Médio, um contato um pouco maior com o solo, mas as raizes estão soltas. Isso acontece quando se impulsiona os pés para um salto mas deixando no solo a força concentrada; e finalmente;

Maximo, quando há uma penetração no solo. A imagem da ventosa está nesse tipo de esforço.

Para Graziela Rodrigues, além desses três esforços existem outras gradações que participam de uma dinâmica de movimento. A predominância de um dos esforços é considerado dentro do Método BPI como uma característica importante para a leitura de um movimento e seus significados dentro da dança. Isso porque, a qualidade da utilização dos pés ressoa em todo o corpo, conduzindo e traçando caminhos para serem percorridos por esse corpo integralmente.
...
Agora, dentro de uma caminho ainda a ser descoberto, os pés iniciam um movimento como que buscando saber qual paisagem de uma história que deseja nos contar. Articulando seus apoios, em um deslocamento ainda tímido, ao som de uma viola ao fundo, os pés mostram a quantidade de mémorias que esses dois corpos carregam. São quintais inteiros, cheiro de terra molhada, bolo, biscoito, postura de tios, avós e bisavós, festejos, danças, rezas, brincadeiras, caminhos... Paulatinamente, pelo movimento que se toma, os pés descortinam uma paisagem inteira gerando giros, sons, saltos e caminhadas. 

Existem muitas paisagens a serem descortinadas por esses pés cheios de histórias. Eles anseiam por contar todas elas... o que hoje eles nos querem contar?

REBENTO CRIATIVO

O encontro de dois artistas cênicos, Erica Bearlz e Rodrigo Cruz, com ampla atuação artística no Estado de Goiás e no Brasil, 
com o Grupo Sertão, que tem sua pesquisa musical fundamentada nas manifestações de cultura tradicional e popular brasileiras,  e de Renata Lima - professora Dra. do Curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal de Goiás, grande pesquisadora da cultura popular brasileira;proporcionará desenvolver, de forma conjunta, meios próprios para a manifestação de idéias, pensamentos e sentimentos em busca de novas linguagens artísticas, contribuindo para a formação integral dos indivíduos e de sua capacidade de comunicação como cidadãos, além de apoiar e fomentar a identidade cultural da região.




foto em entrevista com Luiz Coelho, Colinas do Sul.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Dele


trecho do inventário de Rodrigo:


"... Porém, não me considero um descrente. Comecei a encontrar a minha igreja quando saí viajando para lugares de natureza virgem, a começar pelas cachoeiras de Goiás. São nos instantes desse encontro que vislumbro aquilo que há de mais religioso em meu corpo, através da minha entrega, num mergulho de rio, numa caminhada no meio da floresta, num banho de mar...
Quando investigo minha vida procurando raízes, o que encontro de mais ancestral são as memórias e vontades que tenho de e sobre tais paisagens. Sinto-me num processo de des-civilização, percebo-me com sangue e jeito de índio."

Caminhando

Ave vinda 
vamos em trilhas 
já muito andadas e tanto sabidas 
de pedra e de terra 
vou de asfalto 
para outros tráfegos 
emulado por tais saberes 
e tais pisadas em Paisagens...

(Cruz)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

DA TOURA


Embriaga-me a noite estrelada

a pensar nas estrelas distantes.
Seduz-me o que ignoro.
Sinto o que adivinho.
Silêncio fecundo.


(Bearlz)

Da Pesquisa, do processo, das memórias

Paisagens Corporais é um projeto de criação artística co-participativa. O projeto reúne um grupo de artistas que possuem afinidades comuns para a realização de um produto artístico. Os intérpretes envolvidos no projeto são os sujeitos da criação.

No início do processo, foi proposta uma pesquisa de campo relacionadas ao universo das manifestações culturais brasileiras. Os locais escolhidos foram: Colinas do Sul - com a manifestação da CAÇADA DA RAINHA e Cavalcante, no Povoado do Engenho 2, com os Kalungas.


A conduta do processo criativo está sendo feita inspirada no método “Bailarino-Pesquisador-Intérprete” (BPI), método coreográfico desenvolvido no Brasil na década de 1980 por Graziela Rodrigues que visa à criação artística. 

 Renata Lima está  conduzindo e dirigindo os laboratórios corporais de Paisagens Corporais  , focando na identidade corporal dos intérpretes. Maria Fernanda Miranda está colaborando com a construção e vivência do dojo dos bailarinos neste processo criativo, colaborando com a integração dinâmica dos aspectos culturais, sociais, fisiológicos e afetivos dos intérpretes.

O espetáculo nasce, então, da relação dos artistas envolvidos (ver participantes do projeto no blog) com o material pesquisado em campo, juntamente com o material cênico que surgir a partir dos laboratórios corporais dirigidos.

Cada artista participante está contribuindo com sua visão poética particular para a criação deste produto artístico.










segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Poéticas do Rascunho

O Rascunho da matriz mulher-toura


Mulher boi.
Mulher cavalo.
Ruminam no corpo as memórias.
A crina vira rabo. O peso do rabo reforça a sensação do contato com a terra.
Os quadris aumentam. a bacia carrega e guarda o que precisa. A bacia gera o fluxo e retém o fluxo. Despeja. Rega e acolhe.

 O fluxo da bacia começa a subir pelas vértebras e buscam raízes-braços no chão. A cabeça pesa. Reage aos impulsos das vértebras.

O chão é árido. Poeira e pedras.

A bacia recebe a seiva sugada da terra pelos pés. Armazena o fluido sinuosa e larga. Lembra da sensualidade.

Braços sugam energia da terra, afastam as ameaças como chifres.

O que está por existir começa sua luta pela vida.