domingo, 31 de março de 2013

O crochê na CAÇADA

Conforme fui trabalhando meu inventário corporal as memórias da infância começaram  a florescer. outras memórias: aquelas carregadas de espaço, corpo e textura.

Me surpreendi com as memórias que emergiram em meu corpo, muitas delas eu considerava "sem importância".

N processo de dojo, ao demarcar meu quintal, a casa de minha avó materna, dona Ema, surgiu com muita força. as frestas, os cantos, as paredes descascadas de cal azul claro. O quarto-cozinha de tia Pierina, minha tia-avó. Lá, as comidas, o cheiro do guarda roupa, as histórias...

A história de como Pierina aprendeu a fazer crochê: com um palito de fósforo. Eu ficava tentando fazer crochê com um palito também. Achava difícil. Como ela conseguiu?

Eu preferia fazer com a mão mesmo:  faz o lacinho e puxa a linha por dentro. Fiz minha primeira correntinha de crochê aos 5 anos de idade. Gostava mesmo era de desfazê-lo: a linha vai sendo engolida pelas argolinhas, vai sumindo... Volta a ser linha.

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